Revista Relicário

HOMENAGEM PÓSTUMA A CARLOS RODRIGUES BRANDÃO

Ângela Gomes de Souza — 2024-08-23

Esta edição da Revista Relicário, v .11 n. 21, por meio do presente Dossiê presta homenagem póstuma ao amigo, professor e pesquisador Carlos Rodrigues Brandão (1940-2023) – autor de uma vasta obra, que se desdobra em inúmeros segmentos. Seu pensamento impactou gerações de intelectuais provenientes de diferentes áreas do conhecimento, com destaque para a Antropologia, a Educação, a Geografia e as Ciências da Religião, aqui representadas pelas organizadoras – Flávia Ribeiro Amaro, Fernanda dos Santos Paulo e Angela Fagna.

ENTRE TRILHAS, MARES, MONTANHAS E ENCONTROS

Ana Paula Horta — 2024-08-23

Carlos Rodrigues Brandão, em suas pesquisas de mundo camponês, se dedicou durante muitos anos às Folias de Reis do Sul de Minas, região em que teve um sítio que gostava de chamar de “casa de acolhida”. Foi lá, na Rosa dos Ventos, Vale da Pedra Branca, em Pocinhos do Rio Verde, distrito de Caldas, Minas Gerais, que realizei essa entrevista com Carlos Brandão, por meio da qual podemos localizar suas principais influências teóricas e de militância, sua história de vida e seu envolvimento nos estudos de festas e religiões populares no Brasil. A partir da narrativa de Brandão temos acesso a trajetória intelectual do pesquisador, contextualizando-o como parte de uma geração de cientistas sociais que escreve sobre religiões populares/igreja no Brasil dos anos 70 e parte dos 80, tais como: Alba Zaluar, Regina Prado, Laís Mourão, Leilah Landim, Carmen Cinira de Macedo, Pedro Ribeiro de Oliveira, Rubem César Fernandes, Klass Woortmann, Otávio Velho, Pierre Sanchis, entre outros nomes.

CARLOS RODRIGUES BRANDÃO

Flávia Ribeiro Amaro — 2024-08-23

O presente número é em homenagem à Carlos Rodrigues Brandão (1940-2023), pensador que deixou um importante legado de mais de sessenta anos dedicados à educação popular, à antropologia da religião, aos estudos sobre o campesinato e à pesquisa participante no Brasil, na América- Latina e Europa.

BRANDÃO VIVE, AINDA E SEMPRE, NAS TRILHAS DO QUE SEMEOU

Teresa Vignoli — 2024-08-23

Ao ler poemas do amigo tão amado, me arrepio com o mistério que ele narra. Poesia a sua, tão intensa, me faz percorrer os seus caminhos. Dói a saudade, e se acalma ao sentir que tudo é UNO e ele não se foi. Aqui segue caminhando entre as estrelas, no espaço que voa além do tempo, e da morte faz ponte para o diálogo. Converso com as memórias do poeta andarilho que ilumina como o sol a minha noite. Como o sol, sim, mas pela lua, que se enfeita com a luz que ele irradia.

BRANDÃO SEMPRE...

Balduino Antonio Andreola — 2024-08-23

Inesquecível e amado amigo Carlos Rodrigues Brandão, Tu partiste assim, sem despedir-te, sem dizer adeus...

EDUCAÇÃO POPULAR E CULTURA: RE-ENCONTROS PELA REBELDIA

Nima Imaculada Spigolon — 2024-08-23

No contexto das reflexões acerca de Carlos Rodrigues Brandão e ainda na esteira das suas contribuições no campo da Antropologia, de modo geral, e no da Educação Popular de modo particular, destacamos para os diálogos nesse texto o livro “Cultura rebelde: escritos sobre a educação popular ontem e agora^[1]”, o qual conta com a colaboração de Raiane Patrícia Severino Assumpção.

PESQUISA PARTICIPANTE E EDUCAÇÃO POPULAR

Fernanda dos Santos Paulo — 2024-08-23

Este artigo busca destacar a contribuição de Carlos Rodrigues Brandão para o campo da pesquisa participante, especialmente em relação à sua interseção com a educação popular na vida de dois pesquisadores. O caminho metodológico seguido foi pesquisa bibliográfica e documental (BRANDÃO, 1981,1983, 1984). Através da leitura e análise discursiva, busca-se compreender a relevância de Brandão no contexto da pesquisa participante na América Latina, bem como as intersecções desse aporte teórico na investigação em territórios quilombola e da Educação Popular. A pesquisa participante realizada em territórios quilombolas no Rio Grande do Sul, especificamente nas comunidades de São Miguel e Rincão dos Martimianos, teve como objetivo compreender a educação quilombola nestas comunidades, levando em conta suas peculiaridades culturais e históricas. Já a Associação de Educadores Populares de Porto Alegre vem realizando um processo de pesquisa participativa mediante os cursos de extensão para educadores sociais na perspectiva da Educação Popular. O que culmina no primeiro curso de graduação gratuito e público destinado a estes profissionais em parceria com o Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) - Campus Alvorada. Um processo democrático e colaborativo de construção curricular, que respeita, eleva os saberes dos educadores sociais, alinhando-se estreitamente com os ideais da Educação Popular.

A DÁDIVA DA CONVIVÊNCIA COM CARLOS RODRIGUES BRANDÃO

Débora Mazza — 2024-08-23

O ensaio objetiva realizar uma descrição memorialística das relações estabelecidas com Carlos Rodrigues Brandão (1940- 2023) por meio, inicialmente, da leitura, e depois do ensino, da pesquisa e do registro de “fenômenos sociais totais”. Contando com suporte documental de programas de disciplinas, diários de campo, registros de aulas, bibliografias recomendadas e imersão em campos de pesquisa na cultura popular, sob a orientação do professor, o texto descreve e analisa a relevante contribuição de Carlos descortinando diferentes facetas de seu trabalho. Sugere que a dádiva comparece em sua trajetória como texto lido, discutido e vivido, inventando e reinventando a prática de dar, receber e retribuir.

EDUCAÇÃO POPULAR E EDUCAÇÃO DO CAMPO

Guilherme Goretti Rodrigues — 2024-08-23

A Educação Popular e a Educação do Campo são viscerais para se entender os processos de organização e luta dos Movimentos sociais populares, pois carregam uma importante história não só para a educação brasileira, mas nos processos de resistência contra o avanço perverso do capitalismo. Resgatar o seu debate e, mais ainda, defender a Educação Popular como princípio educativo é criar possibilidades histórico-concretas para a emancipação e libertação humana, em um movimento de construção da hegemonia da classe trabalhadora. Nesse sentido, o intelectual e militante Carlos Rodrigues Brandão aparece como referência central para este artigo, que tem como objetivo situar momentos da trajetória da Educação no Brasil, trazendo as reflexões de Brandão em sua trajetória de pensador sobre e com os Movimentos sociais populares, focando nas relações entre a Educação Popular e a Educação do Campo.

A PESQUISA PARTICIPANTE INSPIRADA EM CARLOS BRANDÃO

Teresa Cristina Neris Mendes — 2024-08-23

Esse artigo tem por objetivo analisar a pesquisa participante, com base nas ideias de Carlos Brandão e Paulo Freire, no contexto da pesquisa apresentada ao Mestrado Profissional da Educação de Jovens e Adultos (MPEJA), da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), com uma abordagem metodológica envolvendo a revisão bibliográfica e a intervenção, de caráter qualitativo e análise da fala de entrevistados, a partir dos argumentos de Brandão (2021) e Freire (1981; 2022), que consideram as vozes participantes, em roda de conversa, da investigação de significativa importância para elucidação do problema pesquisado, pois a fala dos interessados pode contribuir na elaboração de diagnósticos e soluções próximas da realidade concreta, motivadora da investigação.

UM BREVE RELATO PESSOAL SOBRE O AMIGO BRANDÃO

Bernadetth Maria Pereira — 2024-08-23

Este pequeno relato tem como objetivo relembrar meus encontros com Brandão e as memórias que tenho dele, mesmo antes de conhecê-lo. Aquela foi uma época em que meus amigos organizaram o EPC-Encontro Popular de Cultura e Brandão participou, pesquisando as manifestações da cultura popular. Depois, eles participaram de caminhadas pelos trilhos de estradas de ferro desativadas, que Brandão chamou de Missão Cultural. Anos mais tarde nos conhecemos pessoalmente e nos tornamos amigos! Posteriormente, Brandão foi meu orientador de mestrado e os encontros aconteciam no lugar em que ele estivesse, especialmente na Rosa dos Ventos.

Expediente v.11 n.21

Wisley Aguiar — 2024-08-23

Em breve

Vani Terezinha de Rezende — 2024-08-23