PERCEPÇÕES INDÍGENAS SOBRE A MINERAÇÃO NO MÉDIO RIO NEGRO

Autores

  • Suliete Gervásio Monteiro
  • Ana Catarina Zema de Resende

DOI:

https://doi.org/10.46731/RELICARIO-v6n11-2019-120

Palavras-chave:

Rio Negro. Ecologia latino-americana. Percepções indígenas. Mineração.

Resumo

No cenário nacional e internacional, o Rio Negro tem despertado interesse de empresários das mais diversas áreas, sobretudo de empresas mineradoras que disputam espaço e riquezas com garimpeiros, madeireiros e pescadores ilegais nas terras indígenas. Essa disputa por espaços e recursos, muitas vezes, significa a invasão de territórios pertencentes aos povos indígenas, criando conflitos socioambientais relevantes. O objetivo desse estudo é examinar, à luz da ecologia política latino-americana, as percepções de alguns indígenas sobre os impactos socioambientais advindos da atividade mineradora para os povos indígenas que residem às margens do Médio Rio Negro, área pertencente ao Município de Santa Isabel do Rio Negro, Amazonas. Como metodologia de trabalho foi realizada uma pesquisa no município de Santa Isabel do Rio Negro com a intenção de identificar como a população e as lideranças indígenas locais lidam com a questão da atividade minerária na região. Foram realizadas entrevistas e aplicados questionáriossemi-estruturados. Finalmente, podemos reconhecer nas percepções dos indígenas entrevistados a consciência da “desigualdade ecológica” de que fala a ecologia política latino-americana, ou seja, das desiguais e assimétricas relações de poder nos processos de decisão, no acesso aos recursos e serviços ambientais, assim como nas consequências desiguais das degradações ambientais, e sua determinação em lutar para que sejam reconhecidos seus direitos, sobretudo o direito à consulta livre, prévia e informada.

Biografia do Autor

Suliete Gervásio Monteiro

Engenheira Florestal pela Universidade de Brasília, atualmente faz Mestrado em Direitos Humanos e Cidadania, no Programa de Pós-graduação em Direitos Humanos da Universidade de Brasília. Suliete Gervásio Monteiro é indígena do povo Baré do Médio Rio Negro.

Ana Catarina Zema de Resende

Doutora em História Social pela Universidade de Brasília. PossuiumDiplôme d'Etudes Approfondies en Histoire Sociale, des idées, des cultures et des religions pela UniversitéParis Nord/Sorbonne. Foi Pesquisadora Visitante na Université Libre de Bruxelles. Membro do GroupeDécolonial de Traduction. Pesquisadora membro do Grupo de Estudos em Direitos Étnicos Moitará da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília. Pesquisadora membro do Laboratório de Estudos Interdisciplinares sobre Acesso à Justiça e Direitos nas Américas - LEIJUS do Departamento de Estudos Latinoamericanos da Universidade de Brasília. Pesquisadora membro do Grupo de Trabalho do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (Clacso) sobre Pensamiento Crítico y DecolonizadorCaribeño. Pesquisadora membro do Observatório de Direitos Indígenas (OBIND) da Universidade de Brasília. Pesquisadora membro do RéseauThématiqueInternational Justice andIndigenousPeoplesRights – JUSTIP/EHESS. Atualmente faz estágio pós doutoral no Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) na Universidade de Brasília.

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Publicado

2019-09-02

Edição

Seção

O SAGRADO E O MEIO AMBIENTE: zonas rural e urbana, reservas naturais e oceanos